segunda-feira, 30 de maio de 2016

Julgamento de ação que pode proibir vaquejadas será retomado pelo STF

Se depender do STF, a vaquejada está com os dias contados 

Julgamento que pode proibir vaquejadas será retomado pelo STFImagem da internet


A vaquejada, tradição nordestina, mais propriamente cearense, pode estar com os dias contados. O estado do Ceará tem uma lei que regula a prática, mas existe uma ação ajuizada por Rodrigo Janot contra essa lei, e o STF pretende retomar o julgamento com o intuito de proibir a vaquejada no país.

 Para Janot, a prática da vaquejada é algo que fere a proteção do meio ambiente, podendo causar danos aos animais.
 Marco Aurélio, que é relator da matéria na corte, deu seu voto em favor da ação da PRG. Gilmar Mendes e Edson Fachin deram seu votos pela improcedência da ação. Luís Roberto Barroso, pretende nos próximos dias levar o caso da vaquejada para julgamento, já que é o próprio que pediu vista do processo.

 Vale lembrar que, os ministros do STF declararam inconstitucional a farra do boi em Santa Catarina e Briga de Galo no Rio de Janeiro em processos anteriores.

Vaquejada
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Derrubada do boi durante vaquejada no Ceará
Vaquejada é uma atividade recreativa-competitiva com características de esporte do Nordeste brasileiro, no qual doisvaqueiros a cavalo têm de alinhar o animal (boi) até emparelhá-lo entre os cavalos e conduzi-lo ao objetivo (duas últimas faixas de cal do parque de vaquejada), onde o animal deve ser derrubado. Muito popular na segunda metade do século XX, passou a ser questionada a partir da década de 2010 por ativistas dos direitos dos animais em virtude dos maus tratos aos bois, que muitas vezes têm o rabo arrancado ou sofrem fraturas na queda.

História

A vaquejada surgiu no sertão nordestino entre os séculos XVII e XVIII.

As festas de apartação

As fazendas de pecuária bovina extensiva da época não eram cercadas. No mês de junho, quando passava a estação chuvosa, os fazendeiros realizavam as chamadas "festas de apartação", em que reuniam dezenas de vaqueiros para buscar os bois que se misturavam com os dos vizinhos, separar os que seriam comercializados e aqueles a serem ferrados ou castrados. O manejo do gado requeria habilidade e coragem.

As "pegadas de boi"

Durante a apartação, alguns bois, chamados de "marueiros" ou "barbatões", fugiam do rebanho e resistiam ao chamado do vaqueiro sendo perseguidos e derrubados pela cauda. Essa prática de pegar o boi no meio da caatinga, conhecida como "pegada de boi", conferia entre os participantes respeito e fama para vaqueiros e seus cavalos. O vaqueiro que derrubava um barbatão, além da fama, recebia um prêmio, que podia ser o próprio animal vencido ou uma recompensa em dinheiro.[5] Pouco a pouco, essas iniciativas converteram-se em um ritual festivo, atraindo não só os vaqueiros mas também a comunidade da região.

As "corridas de morão"

Na década de 1940, vaqueiros da Bahia e do Ceará começaram a divulgar suas habilidades na lida com o rebanho, por meio de uma atividade que ficou conhecida como "corrida de morão" (ou "mourão") e que se diferenciava da pegada de boi por realizarem-se no pátio das fazendas. Os vaqueiros desafiavam-se correndo, um de cada vez, atrás do boi em qualquer espaço do pátio. Ganhava aquele que mais se destacasse na puxada do boi.

Bolão de vaquejada

Após alguns anos, pequenos fazendeiros de várias partes do nordeste começaram a promover um novo tipo de vaquejada, onde os vaqueiros tinham que pagar uma quantia em dinheiro, para ter direito a participar da disputa. O dinheiro era usado para a organização do evento e para premiar os vencedores.
As montarias, que eram formadas basicamente por cavalos nativos daquela região, foram sendo substituídas por animais de melhor linhagem. O chão de terra batida e cascalho, ao qual os peões estavam acostumados a enfrentar, deu lugar a uma superfície de areia, com limites definidos e regulamento. Cada dupla tinha direito a correr três bois. O primeiro boi valia 8 (oito) pontos, o segundo valia 9 (nove) e o terceiro boi correspondia a 10 (dez) pontos. Esses pontos eram somados e no final da vaquejada era feita a contagem de pontos, a dupla que somasse mais pontos era campeã, e recebia um valor em dinheiro. Esse tipo de vaquejada foi e ainda é chamada de "bolão".

A vaquejada moderna

As vaquejadas modernas se tornaram um negócio. Em 2013, movimentam cerca de 50 milhões de reais por ano, entre premiações, espetáculos e publicidade e envolviam 1.500 empregados diretos e 5 mil indiretos. Cada evento de vaquejada tem um investimento médio de 800 mil reais e um vaqueiro iniciante investe cerca de 10 mil reais para começar no ramo.